I Congresso Internacional de Gerontologia discute Década do Envelhecimento Saudável

Sob o lema Década do Envelhecimento Saudável, mais de três centenas de profissionais e estudantes participaram no I Congresso Internacional de Gerontologia e VII Encontro Nacional de Estudantes de Gerontologia e Gerontólogos, iniciativa promovida pela ANG, que decorreu na Fundação Engenheiro António de Almeida, nos dias 23 e 24 de março, na cidade invicta.

Um evento que marcou a vida académica desta área do saber e mereceu o Alto Patrocínio da Presidência da República, a presença da Secretária de Estado Para a Inclusão, e com a participação de vários parceiros da Academia - Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Educação de Coimbra, Escola Superior de Saúde de Bragança, Instituto Superior de Serviço Social do Porto e Universidade de Aveiro - e da sociedade civil - EAPN Portugal, Caregivers Portugal, Fundação Aga Khan e Marinha Portuguesa. 

Aliar a produção científica e a prática profissional em torno dos eixos de atuação da Década do Envelhecimento Saudável foi o objetivo da iniciativa, que mobilizou um grande número de estudantes, gerontólogos, profissionais da área do envelhecimento, municípios portugueses para participar na discussão e reflexão desta temática. 
Neste sentido, o programa científico contou com múltiplas intervenções de oradores nacionais e internacionais, a destacar a participação do Professor Alexandre Kalache, ex-diretor do Departamento de Envelhecimento e Ciclo de Vida da Organização Mundial da Saúde e codiretor da Age Friendly Foundation. Um programa científico interdisciplinar que abordou vários domínios deste fenómeno e, assim, deu a conhecer abordagens, projetos, ações que representam uma mais valia na transformação social.

Com a realização deste evento, considera-se que sai reforçada a relevância da Gerontologia, enquanto área de conhecimento multidisciplinar e a sua pertinência enquanto contributo para a identificação das necessidades biopsicossociais, mas também das soluções/estratégias em prol do envelhecimento ativo e saudável. 
Para a ANG, ficou ainda patente a necessária aproximação da investigação científica com a prática profissional e os decisores políticos, de modo que a ciência do envelhecimento seja a principal aliada na definição de políticas públicas, assim como estratégias de ação 
de combate ao idadismo, um problema estrutural da sociedade e que condiciona a forma como se sente, pensa e age em relação ao envelhecimento. 
De referir ainda o reforço para a importância dos ambientes na promoção do envelhecimento saudável das pessoas à medida que envelhecem, com particular destaque para a necessidade de investimento nas relações sociais; articulação entre os recursos comunitários existentes e reorganização dos mesmos centrados na pessoa mais velha; repensar as respostas sociais, criando "espaço" para respostas inovadoras e com o objetivo de envelhecer na comunidade ("ageing in (the right) place"). 
Por último, destaca-se ainda a particularidade de as políticas públicas deverem ter uma visão 360º, permitindo uma atuação ao nível da promoção da saúde e prevenção da doença, mas também a ativação de recursos (formais e informais) em fase de doença, dependência e/ou fim de vida.

Um conjunto de conclusões que fará parte de um documento a ser elaborado e entregue ao poder central, de modo a que funcione como instrumento de trabalho em prol e no âmbito do envelhecimento saudável em Portugal.

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