Face às últimas notícias difundidas nos meios de comunicação social, nas quais se denunciam maus tratos e negligência sobre adultos mais velhos integrados em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), a ANG manifesta o seu repúdio.

Enquanto associação que visa defender os interesses das pessoas mais velhas, reiteramos a necessidade de serem executadas alterações legislativas que assegurem uma efetiva prestação de cuidados à pessoa mais velha e consequente fiscalização.

A quase inexistente fiscalização das instituições, a legislação insuficiente e desatualizada tendo em conta o panorama atual nacional, a falta de recursos humamos especializados, associado à baixa remuneração destas classes profissionais e a procura superior à oferta em relação às respostas ERPI são preditores de instabilidade, deixando as pessoas mais velhas numa situação de vulnerabilidade acrescida.

Em 2022, a Associação Nacional de Gerontólogos já apresentou ao Ministério do Trabalho e Segurança Social um conjunto de recomendações que podem contribuir para a mudança que todos almejamos. Um conjunto de recomendações que nasce dos profissionais que atuam no terreno e que têm formação especializada no envelhecimento.

Enquanto associação representativa dos Gerontólogos em Portugal, queremos participar na discussão e na mudança de paradigma no envelhecimento. Não podemos ficar em silêncio perante o que observamos e avançaremos, em breve, com uma estratégia concertada com outros parceiros face a este cenário.

Cabe ao Estado - mas também a todos! - ser parte da solução e contribuir para a qualidade das respostas sociais: respostas que devem ser lugares onde a autonomia e os direitos humanos são respeitados integralmente. Somos parte da solução se nos indignarmos, denunciarmos e participarmos na reflexão sobre o que mudar.

07 março 2023 

| A Direção.